Um jovem jogador profissional de Shogi enfrenta uma existência dramática lutando contra um passado difícil e perturbações que o açoitam cotidianamente. Sangatsu no Lion nos é apresentado como um drama adolescente com estilo visual convidativo que nos lembra algo feito a mão, uma direção cheia de estilo e o típico humor japonês. Nos acompanhe nesse review. Vai ser divertido.
Nosso primeiro parágrafo é dedicado a staff, as pessoas e os estúdios por trás das animações, e as notas recebidas. Caso esteja interessado apenas no review, por favor, salte para o próximo parágrafo.
Sangatsu no Lion (O leão de Março) é originalmente um mangá criado pela autora Chica Umino bem conhecida por ser também a autora de Hachimitsu no Clover (que virou anime em 2005) e Higashi no Eden (que recebeu adaptação para anime em 2009). A adaptação para anime de Sangatsu no Lion foi produzida pelo Estúdio Shaft (o mesmo que produziu Nisekoi e vários animes da série Monogatari), a primeira temporada foi exibida no Outono (2016) e Inverno (2017) em um total de 22 episódios recebendo a excelente nota 8.38\10 no Myanimelist com mais de 149.000 membros integrantes e mais de 50.000 usuários votantes. Já a segunda temporada, ainda em exibição, teve início no Outono (2017) com previsão de encerramento na temporada de Inverno (2018) com 22 episódios previstos recebendo, até o momento, nota ainda maior de 8.79\10 no Myanimelist com 48.000 membros integrantes e mais de 7.800 usuários votantes em seu perfil.
Sangatsu no Lion é o típico anime com um público alvo bem específico, pessoas que curtem uma história mais madura, mais dramática sem deixar de ser um material cômico. O seu drama é leve mas ao mesmo tempo cria em quem assiste sentimentos como piedade, revolta e desejo de superação. O jovem Rei Kiriyama (dublado por Kengo Kawanishi) está no ensino médio e mora sozinho. Seu passado é uma história triste, ainda muito jovem ele perdeu seu parentes em um trágico acidente de carro e foi adotado pelo melhor amigo de seu pai. Apesar do amor de seu novo padrasto o restante da família, especificamente os filhos legítimos, tiveram algumas dificuldades de adaptação com o garoto de início. Kiriyama, se sentindo sozinho e ainda criança resolveu se fechar no mundo do Shogi, o xadrez japonês. Sentindo-se sufocado em seu novo lar, assim que alcançou uma certa idade e independência ele saiu de casa, alugou sem próprio apartamento e vive do dinheiro que ganha nos campeonatos de Shogi. No anime, existe uma liga oficial desse jogo de tabuleiro e muitas pessoas o levam profissionalmente sobrevivendo das quantias consideráveis ganhas nas partidas que superam até mesmo o salário de um professor de ensino médio, no Japão.
Kiriyama é um jovem tímido, de vida interior bastante introspectiva e um tanto perturbada mas muito inteligente, alguém que amadureceu com os momentos duros da vida experimentados ainda muito pequeno. Quando criança, devido sua grande habilidade no Shogi acabou despertando a inveja de seus irmãos adotivos que viam nele alguém capaz de roubar o amor de seu pai, felizmente com o passar dos anos eles conseguiram se adaptar. A relação de Kiriyama com Kyouko Kouda (dublada por Marina Inoue) a sua irmã adotiva mais velha até que é carinhosa e ele guarda um amor sincero por ela que sempre acaba invadindo sua vida sem prévio aviso. Por falar nisso, a jovem Kouda é uma mulher de sentimentos fortes e coração selvagem, um tanto assustadora. Apesar de todos os conselhos dele e de seu pai, ela se aventura em um relacionamento com um homem mais velho e casado.
Kiriyama julga ter tido o seu coração salvo de seu abismo interior por três irmãs que também perderam a sua mãe há algum tempo, são elas: Akari (dublada por Ai Kayano), Hinata (dublada por Kana Hanazawa) e a pequena Momo (dublada por Misaki Kuno) elas são muito pobres mas muito felizes vivendo junto com seu avô. O jovem foi encontrado desnutrido e faminto por elas e Akari cuidou do rapaz que se tornou praticamente parte da família indo visitá-las frequentemente. É uma nova família, algo indispensável para um adolescente que perdeu tudo, ou quase tudo e hoje vive sozinho. Além delas Kiriyama divide sua vida profissional de Shogi acompanhada de alguns amigos bem excêntricos como o jovem Nikaidou Harunobu (dublado por Okamoto Nobuhiko). Gordinho e de saúde frágil Nikaidou se julga seu rival e compete com Kiriyama para ver quem chega mais longe na classificação da liga japonesa de Shogi. Na verdade, Nikaidou o apoia bem mais do que compete com ele.
Sangatsu no Lion tem um público alvo mais específico não sendo portanto um anime que agrada a todas as pessoas, contando até agora com mais de 30 episódios a história é apresentada gradativamente nos fazendo conhecer pouco a pouco a personalidade e o background histórico de cada um dos personagens. Nós viajamos dentro da cabeça de Kiriyama pois boa parte dos diálogos são introspectivos com o garoto analisando cada situação ou cada dilema de vida pelo qual está passando: As dificuldades de lidar com sua família adotiva, as batalhas para conseguir vencer as partidas nas competições de Shogi e assim ter dinheiro para sobreviver, a grande lutar para conciliar escola e o Shogi (Kiriyama quase que abandonou o ensino médio) e suas três novas amigas que apesar de muito amor tem uma situação financeira precária e vivem alguns dilemas tipo, bullying escolar. O anime tem aquele clima gostoso mas que é saboreado apenas pelas pessoas que pagam o preço de imergir em seu universo mais dramático, contemplativo e porque não, poético.
Quanto ao estilo visual.
Sangatsu no Lion visualmente nos passa a impressão de que foi feito à mão com um traço agradável a crianças e fazendo os adultos se sentirem crianças também. Detalhe marcante são os olhos expressivos com as pupilas opacas que é uma expressão facial típica do cansaço e das lutas da vida, o semblante piedoso e amoroso e o sorrisão (que sorriso!) dos personagens, é o que logo percebemos, o sorriso é cheio, de orelha a orelha nos dizendo que os personagens são cheios de vida mesmo vivendo dramas. A paleta de cores foi bem escolhida a impressão que temos é que o anime foi pintado com um típico estojo de lápis de cor do ensino fundamental.
A direção.
A direção lembra alguns animes da série Monogatari, com destaque para closes mais lentos em pequenos detalhes e pequenos movimentos dos personagens deixando em negrito algum sentimento ou ideia que eles estão tendo naquele momento, as vezes parece mal implementada mas, nada grave.
O humor.
Confesso que de início achei que o humor de Sangatsu no Lion não se encaixava bem com uma história cuja ênfase é o drama (embora um drama leve) mas após alguns episódios nós entendemos e nos acostumamos, devo dizer que de uma forma ou de outra os momentos cômicos, com expressões excêntricas, atitudes drásticas, caras e bocas servem não apenas para dá graça e quebrar o gelo como também economizam alguns frames, algo importante no orçamento de adaptações mais longas.
O anime ainda está em exibição pelo serviço de streaming Crunchyroll de forma paga ou gratuita com propagandas incluindo legendas em Português do Brasil. Link abaixo:
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Deseja assistir? O link abaixo é licenciado havendo a opção de legendas em Português do Brasil
Valeu e até a próxima.
Obs: Vídeo promocional linkado diretamento do Youtube de acordo com direitos de API.
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