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Darling in the FranXX. A produção ambiciosa que rendeu pano para manga na temporada de Primavera\2018 (Review Final)



Um anime original produzido em parceria por dois dos melhores estúdios de animação do Japão, Darling in the FranXX possivelmente chamou mais atenção do que os produtores planejaram. O drama adolescente de ficção com mecas criou polêmicas com revelações surpreendentes, protagonistas e coadjuvantes amados e detestados ao mesmo tempo e um modo super sensual de pilotar robôs. Nesse review final, com o máximo de spoilers evitados, vamos falar sobre seu enredo, núcleo de personagens, drama e qualidade técnica apresentando os pontos positivos e negativos que levaram esse anime a alcançar tamanha notoriedade. Devido a quantidade informações a serem resumidas de forma satisfatória devemos alertar que esse será um review um pouco longo. Agradecemos a compreensão.

O próximo parágrafo é dedicado a staff, as pessoas e os estúdios por trás da animação. Caso não esteja interessado em dados tipo: nome do autor, adaptações anteriores dos estúdios ou notas em sites e fóruns, basta saltar para o parágrafo seguinte.

Darling in the FranXX (com dois "xis" em maiúsculo) é um anime original em estilo ficção científica, drama, romance e meca idealizado e produzido em parceria pelos estúdios Trigger (o mesmo de Kill la Kill e Little Witch Academia) e a CloverWorks (uma subdivisão do estúdio A-1 Pictures que também está adaptando Persona 5 The Animation). Em um total de 24 episódios mais 2 especiais Darling in the FranXX foi ao ar na temporada de Primavera\2018 (abril, maio e junho) com direção de Atsushi Nishigori, roteiro de Naotaka Hayashi em parceria com Masahiko Otsuka, Rino Yamazaki e Hiroshi Seko além do próprio Nishigori e música Asami Tachibana. O anime teve ótima receptividade alcançando nota 7.8\10 no IMDb, 4.4\5 no Crunchyroll e 8.13\10 no Myanimelist no momento dessa postagem (essas notas são dinâmicas e variam um pouco com novos votos computados).

O enredo (spoilers evitados)

Se passando em um futuro distante, séculos antes do desenrolar da história uma organização de cientistas chamada Ape (macaco) trouxe descobertas que mudaram para sempre a humanidade. Essa organização apresentou à raça humana a possibilidade de extrair uma quantidade de energia praticamente infinita do magma da Terra levando as civilizações há uma era de paz e prosperidade sem igual. Mais do que isso, suas descobertas presentearam a humanidade com a possibilidade de vida eterna.

Com a possibilidade de viver eternamente através de uma simples cirurgia a raça humana abandonou as raízes que continham a sua essência e não viram mais a necessidade de gerar filhos. Porém, essa rejeição a própria natureza trouxe consequências terríveis. A extração exacerbada do magma não apenas causou o fenômeno de desertificação que assolou a superfície da Terra como levantou a ira de uma antiga civilização que habitava o subterrâneo que passou a ser conhecida pelos humanos como Urossauros

Desesperados e ameaçados de extinção os humanos usaram todo o seu conhecimento para criar contramedidas e o resultado de toda essa pesquisa foi o projeto FranXX que basicamente consistia na criação de Mecas de combate (robôs gigantes) controlados por seres humanos que seriam capazes de lutar e destruir os monstros Urossauros. No entanto, além de precisar de um par, macho e fêmea, para pilotá-los surgiu um outro empecilho, nenhum dos humanos adultos existentes eram compatíveis com o projeto e morriam rapidamente. Foi então que a humanidade voltou a suas raízes produzindo crianças de forma artificial em cilindros de incubação e preparando-os com o único objetivo de serem pilotos dos tais FranXX e defenderem a humanidade. Para isso eles eram colocados em reclusão em um complexo infantil chamado "O Jardim" e viviam sob os cuidados de adultos mas possuíam sérias restrições em termos de liberdade de escolha, sentimentos e até mesmo a ausência de conhecimentos básicos sobre a natureza e os relacionamentos humanos, embora super instruídos os adolescentes desconheciam o significado do beijo e da gravidez. É neste ponto do enredo que surgem os personagens Hiro, Ichigo, Zero Two e seus jovens amigos adolescentes da divisão 13.

Darling in the FranXX é um drama adolescente. O roteiro foi escrito de forma a refletirmos sobre o que aconteceria com pessoas tão jovens vivendo em um mundo criado quase que artificialmente onde regras muitas vezes substituem a liberdade de expressão e interação. Embora Hiro e seus amigos tivessem uma vida até certo ponto harmoniosa, conflitos internos eram comuns com paixões reprimidas, receio do futuro, medo da morte em combate ou desgostos do passado.

Não se pode agradar a Gregos e Troianos.

Como todo anime que alcança grande notoriedade é óbvio que surgem aqueles que não se agradaram com alguma coisa. O par romântico Hiro e a Zero Two, esta que na verdade é uma adolescente com sangue de urossauro, foi bastante apoiado por uma parcela dos que assistiram porém outros não se identificaram com suas personalidades. Devido as torturas e experimentos que sofreu no passado além da genética de urossauro em seu corpo, Zero Two chegou a ser muito detestada em alguns momentos do anime quando ela simplesmente surtou e atacou todo mundo dentro do alojamento por acreditar está sendo enganada ou quando revelou desejar apenas usar as pessoas (inclusive o HIro) em seu proveito próprio buscando se tornar humana. 

Outra personagem que dividiu opiniões e inclusive foi alvo de uma campanha contra na internet foi a Ichigo. Ética e compreensiva ela foi capaz de colocar o bem dos outros acima do seu mas deixou seus sentimentos falarem mais alto e se declarou para Hiro no exato momento em que este e a Zero Two se separaram devido o surto da garota. E aí, a galera mais apegada emocionalmente ao casal principal não perdoou. Rolou campanha contra a personagem no Twitter e até mesmo o diretor Atsushi foi xingado e ameaçado em seu perfil. 

E por fim, Hiro. Assim como o grupo de adolescentes da divisão 13 ele não agradou a todo mundo. Acreditamos que o perfil comportamental e emotivo do elenco foi bem construído criando protagonistas com traços carismáticos, isso levando em conta o gosto dos adolescentes japoneses, este que é o público alvo principal do anime mas, teve muita gente no ocidente que não simpatizou com muitos dos protagonistas achando-os bonzinhos demais ou sem personalidades marcantes.

Seja como for, Darling in the FranXX alcançou muitos dos resultados que os produtores esperavam, o anime ficou sob os holofotes com momentos dramáticos, insegurança adolescente e questionamentos levantadas sobre o futuro da humanidade e como a nossa espécie pode, cansada de sua própria existência, se desviar de suas raízes mais básicas. A interação entre o casal principal  possui alguns momentos com declarações românticas tipo vergonha alheia e muitas surpresas nas revelações sobre o passado de cada um. O enredo é envolvente, intrigante, mas dá uma viajada na maionese em sua conclusão com uma salada mista de elementos da ficção científica incluindo viagens ao espaço e raças alienígenas. Uma das grandes polêmicas foi o modo como os casais pilotavam os FranXX numa posição bem sugestiva, a garota ficava de quatro com duas manoplas saindo dos glúteos de suas vestimentas enquanto o garoto sentava-se logo através dela controlando os movimentos do meca com essas manoplas. O assunto viralizou na internet sendo na nossa opinião o primeiro fator que deu destaque a adaptação.

Qualidade Técnica e Artística.

Não sabemos o quanto do estúdio Trigger contribuiu com o roteiro de Darling in the FranXX mas certamente ele emprestou a sua linguagem visual ao anime. Se você já assistiu Little Witch Academia e principalmente Kill la Kill irá encontrar inúmeras semelhanças visuais entre essas obras e Darling in the FranXX. Inclusive o anime possui easter-eggs como as famosas estrelas de quatro pontas que surgem em vários momentos. A paleta de cores levemente lavada com tons vermelhos também tem origem em outras adaptações do estúdio Trigger. É impossível não perceber as inspirações. Por ser um projeto mais ambicioso em parceria de dois bons estúdios a animação geral é acima da média com várias cenas muito bem detalhadas nos mínimos movimentos dos personagens. Há algumas exceções nos momentos menos importantes com algumas lutas possuindo design simplificado porém, no geral, a série foi muito bem animada. O design de personagens é jovem e a dublagem é ótima.

Darling in the FranXX está disponível através do serviço de streaming Crunchyroll de forma paga ou gratuita com propagandas incluindo legendas em Português do Brasil, link abaixo. Nós temos diversas outras postagens sobre o anime em nossa cobertura da temporada, veja links relacionados.

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Valeu e até a próxima.


Links Relacionados:

* Darling in the FranXX. 15º episódio recém-lançado acalma os ânimos dos fãs e rebate críticas à personagem Ichigo. (Giganalise News)

* Darling in the FranXX, as reviravoltas no roteiro são o assunto do mês. (Giganalise News)

*  Darling in the FranXX começa a expôr revelações marcantes da história. (Giganalise Dicas)

* Darling in the FranXX. Primeiras impressões, uma protagonista badass e muitas referências e easter-eggs a Kill la Kill!

* Assistir Darling in the FranXX


Abertura de Darling in the FranXX linkada diretamente do canal Crunchyroll Collection no Youtube de acordo com direitos de API e políticas de compartilhamento.

1ª Abertura de Darling in the FranXX

2ª Abertura de Darling in the FranXX

Leia Também:
 

http://giganalise.blogspot.com.br/2017/04/suisei-no-gargantia-suspense-acao-e.html


https://giganalise.blogspot.com.br/2017/09/knights-and-magic-um-protagonista.html

http://giganalise.blogspot.com.br/2017/04/kill-la-kill-frenetico-louco-e.html