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Hataraku Saibou (ou Cells at Work!) trouxe uma proposta bem diferente do convencional, a comédia super criativa se passa dentro do corpo humano composto por mais de 37 trilhões de células com algumas delas convertidas em personagens dessa série que inicialmente não parecia muito promissora mas se tornou um dos animes mais assistidos do período. Nesse review, com o máximo de spoilers evitados, vamos comentar brevemente sobre seu enredo criativo, elenco de personagens, situações bizarras e o porque Hataraku Saibou se tornou o assunto do momento durante o Verão.
Este parágrafo é dedicado as pessoas e o estúdio por trás da animação. Caso não esteja interessado em dados tipo nome do autor, adaptações anteriores do estúdio ou notas em sites e fóruns, basta saltar para o parágrafo seguinte. Hataraku Saibou (tradução, Células ao Trabalho) é originalmente um mangá em estilo comédia shounen e ficção escrito e ilustrado por Akane Shimizu. Já contando com mais de 5 volumes e publicado desde 2015 o mangá recebeu adaptação para anime produzida pelo mediano estúdio David Production (o mesmo de Inu vs Boku SS e Jo Jo Bizarre Adventures), em um total de 13 episódios Hataruku Saibou foi exibido na temporada de Verão\2018 (julho, agosto e setembro) alcançando uma ótima receptividade tendo notas 7.9\10 no Myanimelist e 4.8\5 no serviço de streaming Crunchyroll no momento dessa postagem (essas notas podem variar com novos votos computados).
Dois fatores garantiram o sucesso do anime, a criatividade da história e o grande carisma do elenco de personagens. Hataraku Saibou se passa dentro do corpo humano um ambiente composto por mais de 37 trilhões de células em constante atividade garantindo o pleno funcionamento do organismo mas que de vez em quando são ameaçadas por invasões externas tipo infestação de germes, mutação celular, arranhões ou mesmo traumas mais sérios resultantes de algum acidente sofrido pelo organismo. O anime chegou a ser elogiado por profissionais da medicina devido seu vasto conteúdo com explicações científicas sobre o funcionamento do corpo humano e o modo como germes e bactérias o invadem com o intuito de reproduzirem-se causando doenças mas sendo ferozmente combatidas pelo sistema imunológico.
Dentro deste contexto, a autora criou um set de personagens que representam algumas dessas células que não param de trabalhar. Entre os principais temos a AE-3803 (dublada por Kana Hanasawa) uma jovem que representa um glóbulo vermelho; o U-1146, um protagonista que representa um glóbulo branco e as crianças "rechonchudas" da série que são as células plaquetas. AE-3803 trabalha incansavelmente na corrente sanguínea fazendo entregas de oxigênio e recolhendo gás carbônico em vários lugares da cidade (corpo) no entanto, apesar de super gentil e carismática, ela tem memória curta e se perde com extrema facilidade o que para um glóbulo vermelho é simplesmente a inaceitável. Já U-1146 atua como patrulheiro perseguindo e "estraçalhando" qualquer germe ou corpo estranho que porventura cruze seu caminho. Esses dois personagens meio que formam o par romântico do anime pois estão sempre se esbarrando e ajudando um ao outro, algo biologicamente pouco provável dentro de um organismo com mais de 37 trilhões de células. Já as garotinhas plaquetas responsáveis pelo fechamento de qualquer ferimento (explosões) viraram os mascotes da série, a "doçura infantil" dessas pequenas personagens que sempre estão em grupo logo viralizou e se transformou em ilustrações e publicações por toda a internet.
Hataraku Saibou possui ainda muitos outros personagens relevantes, numa mistura entre ciência e comédia a série construiu histórias que entretem os fãs de uma boa pancadaria nas lutas contra os germes e bactérias e uma ótima comédia com as constantes confusões que a protagonista se envolve ao perder-se em suas entregas. Entre vilões de aspecto bizarro, facadas e sangue de germes à rodo e constante crises fruto de alguma epidemia ou arranhão o anime que parecia pouco promissor foi conquistando o público.
Tecnicamente falando Hataraku Saibou possui uma qualidade visual e de animação decentes. A paleta de cores tem uma variedade de tons pequena, o design de personagens é bacana e a animação é padrão com boa quantidade de frames por segundo e poucas distorções. O estúdio David Production produziu um anime visualmente bem trabalhado mas nada extremamente caprichado, um detalhe curioso é que as linhas que definem os contornos dos personagens são propositalmente falhas e levemente distorcidas dando as vezes a impressão de algo mais artesanal.
A série tornou-se um sucesso de público e crítica recebendo até mesmo uma adaptação teatral (veja abaixo). O anime contou com direção de Kenichi Suzuki, roteiro do próprio em parceira com Yuuko Kakihara (já escreveu para Tsuki ga Kirei e Asobi Asobase) e direção de som de Jin Aketagawa (bem experiente ele já trabalhou em Hataraku Maou-Sama e Demi-chan wa Kataritai). Hataraku Saibou está disponível pelo serviço de streaming Crunchyroll de forma paga ou gratuita com propagandas incluindo legendas em Português do Brasil (link abaixo).
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