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2019 é o ano em que a trama de Akira se desenrola. O longametragem animado lançado em 1988 continua tão atual, tão surpreendente e revolucionário quanto no dia em que veio ao mundo!
Estando entre os 10 animes mais influentes e impactantes de todos os tempos há quem diga que "assim como a história ocidental da humanidade é dividida em antes e depois de Cristo, a história da animação japonesa é separada em antes e depois de Akira". Nós revisitamos o filme e fizemos uma pesquisa para trazermos esse review especial com alguns dados interessantes que provavelmente nem todo mundo conhece.
Estando entre os 10 animes mais influentes e impactantes de todos os tempos há quem diga que "assim como a história ocidental da humanidade é dividida em antes e depois de Cristo, a história da animação japonesa é separada em antes e depois de Akira". Nós revisitamos o filme e fizemos uma pesquisa para trazermos esse review especial com alguns dados interessantes que provavelmente nem todo mundo conhece.
Akira foi um projeto grandioso e único em termos de animação, enredo e qualidade visual sendo idealizado para apresentar a animação japonesa ao mundo como algo fantástico e digno de fazer parte da cultura pop o que, em parte graças ao filme, aconteceu durante as décadas de 1990 e seguintes.
Entre os dados mais surpreendentes Akira contou ao todo com o trabalho conjunto de nada menos que 147 animadores sendo 64 key animators e 83 inbetween animators. Embora oficialmente creditado como um filme da Tokyo Movie Shinsha o projeto teve a participação de 28 estúdios entre eles alguns conhecidos na atualidade como a Telecom Animation Film, o estúdio Deen, o estúdio Gainax, a Kyoto Animation, a Pierrot e a Tezuka Productions.
Key animators são animadores responsáveis pelos desenhos dos quadros-chaves que de fato geram a mudança na animação dos personagens. Dos 64, 14 vieram da Telecom Animation Film. Já os Inbetween animators são os profissionais que fazem os desenhos entre os quadros-chaves gerando a sensação de fluidez. Dos 83 profissionais empregados, 15 vieram do estúdio Nakamura Production, 20 do estúdio Dragon Productions e 48 da Telecom Animation Film. Akira foi um dos primeiros projetos a utilizar computadores no processo de digitalização da animação, algo muito revolucionário ficando na época sob a responsabilidade do estúdio High-Tech Lab em parceria com a Sumisho Electronic System e a Wavefront Tecnologies, esta última empresa fundada em 1984 especializada no desenvolvimento de softwares de animação chegando a ter alguns estúdios de Hollywood como clientes.
O AUTOR DE AKIRA E O ENREDO
Akira é originalmente um mangá em estilo ação e ficção científica com ambientação cyberpunk cujo autor é Katsuhiro Otomo sendo publicado na década de 1980 pela revista Young Magazine. O enredo muito a frente de seu tempo logo culminaria no projeto que levaria a produção do filme. Hoje, em 2019, se você assisti-lo comprova facilmente a qualidade de construção da história e a autenticidade dos personagens acreditando que foi escrito em tempos modernos porém, Akira nasceu há mais de 30 anos acertando em algumas profecias sobre a tecnologia do futuro e criando um marco na literatura de ficção científica imaginando veículos de alto desempenho com controle eletrônico e satélites militares com canhões a lazer, algo até clichê hoje em dia mas inédito naquela época.
Apesar da trama se desenrolar no ano de 2019 ela se inicia em 1988 quando uma explosão de dimensões atômicas causada pelos poderes psíquicos de um garoto chamado Akira, destruiu por completo a cidade de Tóquio e deu início a Terceira Grande Guerra Mundial. O garoto foi capturado, alvo de experimentos científicos dos mais diversos e torturantes e nunca mais visto. 31 anos depois, agora sim em 2019, a metrópole foi reconstruída e batizada como Neo Tokyo porém a história mostra essa nova cidade com uma cultura cyberpunk onde a alta tecnologia existe em contraste com a decadência social e o caos instaurado por toda a parte. As ruas são sujas, úmidas, sombrias, cheias de crimes, bebidas, consumo de entorpecentes, prostituição, assassinatos e revoltas civis explodindo em todos os lugares sendo fortemente retaliadas pela polícia.
Dentro desse contexto surgem os protagonistas do anime: Shoutarou Kaneda (dublado por Mitsuo Iwata) e Tetsuo Shima (dublado por Nozomu Sasaki). Os dois são membros de uma gangue de motoqueiros chamada "The Capsules" (daí o desenho nas costas da jaqueta de Kaneda) que vivem em conflito com uma gangue rival chamada "The Clowns" (Os palhaços). Kaneda e Tetsuo são amigos desde a infância quando foram deixamos em um tipo de orfanato porém a medida que cresciam Kaneda foi tomando a liderança, em especial da gangue, vendo Tetsuo como uma criança que necessita de ajuda e proteção o que leva este último a nutrir sentimentos de revolta que eclodiriam no futuro. Tetsuo é esquentado, indignado e seu leve complexo de inferioridade tende a se manisfestar como ambição por grandeza e aí fica a pergunta: O que aconteceria com um indivíduo desses caso obtesse poderes infinitos, quase divinos?
Em um dos confrontos de rua contra os Clowns que, aliás são sempre sanguinários com indivíduos agredidos com tacos de ferro ou derrubados das motos em altas velocidades, Tetsuo quase atropela uma criança com aparência de idoso que na verdade é um espécime fugitivo de experimentos ultra secretos do governo tendo relação direta com o caso Akira de 31 anos atrás. Os poderes psíquicos desse garoto o protegem mas Tetsuo cai da moto e acaba gravemente ferido sendo capturado pelos militares comandados por um Coronel linha dura mas preocupado com o bem-estar da sociedade. Em testes de laboratório Tetsuo demonstra um potencial psíquico tão grande quanto o de Akira sendo posto como alvo de experimentos porém, seus poderes incontroláveis e sua personalidade revoltada ameaçam criar uma destruição maior que a do passado.
Em um dos confrontos de rua contra os Clowns que, aliás são sempre sanguinários com indivíduos agredidos com tacos de ferro ou derrubados das motos em altas velocidades, Tetsuo quase atropela uma criança com aparência de idoso que na verdade é um espécime fugitivo de experimentos ultra secretos do governo tendo relação direta com o caso Akira de 31 anos atrás. Os poderes psíquicos desse garoto o protegem mas Tetsuo cai da moto e acaba gravemente ferido sendo capturado pelos militares comandados por um Coronel linha dura mas preocupado com o bem-estar da sociedade. Em testes de laboratório Tetsuo demonstra um potencial psíquico tão grande quanto o de Akira sendo posto como alvo de experimentos porém, seus poderes incontroláveis e sua personalidade revoltada ameaçam criar uma destruição maior que a do passado.
A RECEPÇÃO DE AKIRA
A história é interessante até hoje sendo única, profética e original para 1988. Houveram críticas negativas quanto a violência com pessoas alvejadas na cabeça de forma explícita, muito sangue, mutilação e nudez exposta com a personagem Kaori (apaixonada por Tetsuo) tendo suas roupas rasgadas em público e agredida posteriormente. Para a época isso era muito chocante levando alguns a acreditarem que o Japão produzia apenas animes violentos.
No entanto a surpresa maior, dessa vez positiva, estava na fluidez da animação e na rica ambientação. Tudo em Akira era muito novo e além do que existia em 1988 esbanjando animação de ponta, sob o comando de Takashi Nakamura, que impressiona mesmo após 30 anos. Os personagens tinham movimentos convincentes para a época com atenção aos mínimos detalhes. Katsuhiro Otomo foi também o diretor do projeto e fazia questão dos animadores capricharem em miudezas indo desde um copo vazio que cai sobre o carpete até uma bandagem de curativo que movimenta-se ao sabor do vento. As cenas de luta contra os bichos de pelúcia gigantes, o confronto de Tetsuo conta Kei e Kaneda e a transformação do corpo de Tetsuo estão entre as mais impressionantes! A ambientação tinha Toshiharu Mizutani como diretor de arte e Katsuji Misawa como diretor de fotografia e embora decadente e noturna em boa parte das cenas era fantástica e ricamente detalhada mesmo para os padrões de hoje possuindo diversos efeitos visuais sensacionais como nuvens de vapor e resquícios de gelo nos portões onde Akira era supostamente mantido em confinamento. Efeitos como tiros e explosões também tinham um realismo impressionante. Outro aspecto marcante era a trilha sonora original com batidas tribais e em alguns momentos recheada de sussurros perturbadores.
Akira trouxe ainda um dos veículos fictícios mais cobiçados pela cultura Nerd. Estou me referindo a motocicleta de Kaneda, possivelmente roubada, imaginada na mente de Katsuhiro como um veículo de alto desempenho com sistemas que hoje vemos nas ruas tipo freios ABS controlados eletronicamente e 200 cavalos de potência quando o motor atingia as 12.000 rotações por minuto. Essa motocicleta tem sido um símbolo da cultura jovem por mais de uma geração e possui diversas ilustrações criadas por fãs. Um detalhe curioso é que ela tinha alguns decalques de empresas situadas no Japão como a Canon e a Citizen que provavelmente (não tenho certeza) contribuíram financeiramente com o projeto.
Akira ganhou o prêmio Silver Scream em 1992 e foi indicado ao prêmio America Anime em 2007 tendo recebido nota 8.17\10 nas reviews estando atualmente entre os 200 animes mais populares de todos os tempos em sites como o Myanimelist. Em comemoração a seu aniversário de mais de 30 anos um filme em live-action está em produção com estimativa de lançamento para Fevereiro de 2020.
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Akira ganhou o prêmio Silver Scream em 1992 e foi indicado ao prêmio America Anime em 2007 tendo recebido nota 8.17\10 nas reviews estando atualmente entre os 200 animes mais populares de todos os tempos em sites como o Myanimelist. Em comemoração a seu aniversário de mais de 30 anos um filme em live-action está em produção com estimativa de lançamento para Fevereiro de 2020.
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