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Fairy Gone - Parte 1 (Review Final). Um anime de ação com boa pesquisa de época e enredo maduro no entanto prejudicado pela qualidade mediana da animação.



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O mês de Junho está quase na metade e isso significa que a temporada de Primavera\2019 no mercado de animes vai se despedindo. Como de costume damos início a nossa maratona de reviews de encerramento sobre algumas das principais adaptações que foram exibidas durante o período. Nossas análises têm dois públicos-alvos definidos, primeiro, pessoas que não assistiram a um determinado anime e estão a procura de informações relevantes sem muitos spoilers e, segundo, aqueles que curtem este tipo de publicação. 
A primeira etapa de Fairy Gone (Se Foram as Fadas) vai chegando ao fim mas já tem continuação garantida pelo estúdio P.A.Works que decidiu dividir o anime em duas partes. A primeira, 12 episódios, exibida nesta Primavera (entre Abril e Junho) sofrendo uma pausa de três meses e então retornando no Outono\2019 (entre Outubro e Dezembro) para os 12 episódios finais. 

A série em seu anúncio despertou um interesse significativo em quem já conhecia o trabalho da P.A.Works prometendo ação e drama mais maduros com ambientação ocidental se passando em um mundo paralelo que lembra o início do século XX trazendo elementos de fantasia e com enredo centrado em uma amizade rompida após tempos de guerra. Apesar da trama construída com dedicação e elenco de personagens com carisma significativo a pedra de tropeço foi a qualidade da animação que esteve de mediana para ruim durante os episódios.

Este parágrafo é dedicado as pessoas e o estúdio por trás da animação. Caso não esteja interessado em dados tipo nome do autor ou notas em sites e fóruns, basta saltar para o parágrafo seguinte. Fairy Gone é um anime original em estilo drama, ação, militar e fantasia produzido pelo estúdio P.A.Works (o mesmo de Angel Beats e Nagi no Asuraka). Em um total de 24 episódios a série foi dividida em duas etapas tendo a primeira recepção ruim alcançando atualmente nota 5.99\10 no Myanimelist com pouco mais de 91.000 membros em seu perfil porém, dado vários elementos como enredo e pesquisa de época, uma nota próxima a 6.5\10 seria mais justa a produção. (Observação: Esta nota é atribuída pelos usuários e pode variar com novos votos computados)

O ENREDO E PERSONAGENS (SPOILERS EVITADOS QUANDO POSSÍVEL)

Fairy Gone se passa em um mundo fictício onde seres chamados "Fadas" coexistem com a humanidade e a natureza. Essas criaturas podem habitar dentro do corpo de animais lhes conferindo poderes sobrenaturais. Em tempos de guerra descobriu-se que retirando órgãos desses animais e implantado em humanos daria as pessoas a capacidade de sumonar ("invocar") tal poder. Muitos indivíduos implantados foram usados na guerra conhecidos como Fairy-Soldiers no entanto com o fim dos conflitos o propósito desses soldados se perdeu e todos deveriam reintegrar-se a sociedade. Alguns foram trabalhar para o governo porém outros entraram no mundo do crime ou formaram grupos terroristas rancorosos com as cicatrizes deixadas pela guerra. 

MARIYA, UMA PROTAGONISTA QUE ACREDITA SER AMALDIÇOADA!
Para combatê-los, uma organização especial de ex-fairy soldiers chamada Dorothea foi estabelecida sob o comando da líder veterana Nein Auler tendo Free Underbar (dublado por Tomoaki Maeno) como subordinado direto. Dentro desse contexto nós somos apresentados a protagonista do anime chamada Mariya (dublada por Kana Ichinose) uma jovem de vinte e poucos anos habilidosa no uso de rifles mas que carrega marcas do passado. Ela acredita ser amaldiçoada já que todo mundo que a conheceu morreu ou teve perdas irreparáveis. Sua vila foi queimada na infância durante a guerra, logo depois ela se separou da melhor amiga Verônica (dublada por Ayaka Fukuhara) e foi acolhida por um caçador que lhe ensinou muito sobre armas mas faleceu de doença e posteriormente, quando já fazia parte da Dorothea, um colega de missão morreu tentando protegê-la.
Mariya se tornou um caso especial de fairy-soldier já que pode manifestar uma fada chamada Ash Clad sem necessidade de qualquer implante cirúrgico! Dentro da Dorothea existem vários outros ex-fairy soldiers incluindo Free Underbar cuja fada chamada Red Hood se manifesta na forma de um lobo enorme atacando e estraçalhando qualquer inimigo e Clara cuja fada chamada Tomereez tem a forma de um inseto espião capaz de ver e ouvir o que os humanos não conseguem. O conflito dramático gira em torno da amizade entre Mariya e Verônica. Esta última ressentida com as perdas que sofreu na infância se tornou uma terrorista junto a Wolfran Row, antigo amigo de Underbar durante os tempos de guerra. Mariya se verá em um conflito emocional tendo que decidir pela amizade com Verônica ou o cumprimento de seu dever com a Dorotha.

UM ENREDO MADURO, AMBIENTAÇÃO INSPIRADA MAS ANIMAÇÃO RUIM.
Como dá pra perceber Fairy Gone tem um enredo mais sério e maduro voltado para o público seinen (jovens adultos) com bastante diálogos esclarecendo detalhes sobre o universo do anime à medida em que a história progride e torna os personagens mais simpáticos e familiares a quem assiste. A pesquisa de época aplicada na ambientação é muito boa com casas, prédios, ruas, veículos, vestimentas e armamentos que lembram bastante algum país europeu no início do século XX, época de atmosfera romântica e que os japoneses parecem curtir bastante.

No entanto foi na animação que a P.A.Works pecou dessa vez! O estúdio é conhecido por enredos originais produzidos sob encomenda ou dentro de suas paredes e por essa razão tem bem mais autonomia para criar histórias únicas mas Fairy Gone nesta primeira etapa teve cara de anime feito as pressas com animação mediana, visível falta de quadros, movimentação "truncada" dos personagens, distorções e apesar da boa pesquisa de época algumas texturas parecem borradas. O 3D das fadas não é dos melhores e outro ponto negativo foi a insistência dos produtores em colocar cenas noturnas diminuindo ainda mais o contraste e a vivacidade das cores que por serem puxadas para o realismo já são pouco variadas e dominadas por tons de cinza e marrom.

MAS A P.A.WORKS É CONSIDERADA UM BOM ESTÚDIO ENTÃO QUAL O MOTIVO?
Estamos apenas especulando mas acreditamos que um dos motivos seria o fluxo maior de animes produzidos pelo estúdio em um curto período de tempo. Em 2018 eles trabalharam em Uma Musume: Pretty Derby, Tenrou: Sirius the Jaeger e já no finalzinho do ano entregaram Irozuku Sekai no Ashita Kara. Todos animes com enredos interessantes e parte técnica relativamente desfiadora. Isso PROVAVELMENTE não deixou muito tempo para a produção de Fairy Gone tanto que decidiram dividir o anime em duas etapas.

Outro motivo foi o design. Os detalhes nas vestimentas dos personagens são complexos tornando a animação bastante trabalhosa e como o enredo se passa em um mundo inspirado numa Europa fictícia mais antiga, todos os personagens adultos têm aparência ocidental necessitando cuidado com o formato dos olhos, queixos e principalmente nariz. A líder da Dorothea chamada Nein Auler, por exemplo, é uma mulher bonita e madura com biotipo alemão tendo detalhes como fronte, sombrancelhas e lábios característicos que precisam ser bem desenhados para não descaracterizar a personagem. Algo semelhante acontece com Sweetie Bitter uma mulher madura, sensual mas bastante perigosa.

Juntando o tempo curto e o design complexo nós recebemos uma série com animação mediana onde é comum vermos distorções. É bom lembrar que a P.A.Works já tomou providências e essa necessária pausa pode resultar em uma segunda etapa mais bem trabalhada deixando a atenção para outros aspectos interessantes do anime. Até o momento Fairy Gone não possui serviço de streaming  oficial dedicado ao mercado brasileiro.

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